domingo, 21 de fevereiro de 2010

Por um fio

Apenas um fio
que separa tudo,
o bem e o mal,
o claro e o escuro,
o sonho da realidade,
o amor do ódio,
o nada do racional.

Apenas um fio,
como navalha,
na carne crua,
que corta e maltrata
quando não se mede,
a voz ou fala,
com quem pactua.

O fio da conversa,
que estimula a alma,
do sonhador,
que não mede,
não pensa, sensibiliza,
desfigura, que gera,
amor ou a dor.

Um fio d’agua,
que escorre na língua,
doce ou salgada,
como uma baba,
no escuro, no absurdo,
na sabedoria do ideal,
do tudo ou nada.

Um fio esticado,
uma corda bamba,
num equilíbrio abalado.
Vida de artista
que planta e colhe,
o que não se entende, na lida
de um amor não começado.

Pedro Cesquim.

Nenhum comentário:

Soneto de um Amor infinito

Meu amor por ti sempre existiu, Além do tempo e das eras passadas, Teus olhos despertaram minhas estradas, E ao te tocar, meu mundo se ...