domingo, 9 de janeiro de 2011

Ilusão

A escuridão do anoitecer que vem anunciar
a luz do amanhecer em seu esplendor,
ódio que invade as vaidades a afastar
o medo que impede a alma de provar o amor!

Solidão que prenuncia a vida em sociedade,
cegueira do espírito que abre a janela
da clara visão de quem vive sem maldade,
a enxergar na fera, a beleza da bela!

Covardia que afugenta com seu medo,
a insegurança daquilo que não se pode ver,
o tempo do amor que de tarde se tornou cedo,
ateu que no templo da vida aprendeu a luz ver!

Na companhia de si mesmo sente o abandono,
em viver uma realidade que é pura ilusão,
descobriu que no limiar da morte não há dono,
senhor do nada, a levar de si, um punhado de emoção!

Imagens de sonhos inundam minha retina,
a bailar como fantoches, profundos pesadelos,
noites com sol, verdejantes montanhas com neblina,
a construir nos erros, vidas secas, sem modelos!

Fino véu de luz a encobrir os olhos da vaidade,
trazem a certeza da dúvida à nossa existência,
trilhar nos caminhos do desapego o encontro da verdade,
da plebe humana, dar ao rei, sua falsa excelência!

Curtos passos que nos encaminham ao profundo,
mostrando quão raso é a profundidade do oceano,
a encarar a doce polaridade do nosso mundo,
na certeza da ignorância é que se comete o engano!

Ventos gelados do eterno vem me aquecer a alma,
retire de minha visão a farpa que hoje me ofusca,
que eu aprenda na flora, a doce magia da fauna
no reverso da fuga, o encontro da minha busca!

Marco Pardini

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